ACHEI O MEU CARDUME

ACHEI O MEU CARDUME                             

                                 Achei o meu cardume! A expressão não é minha, mas me representa perfeitamente. Sou advogada, do Signo de Peixes e, de quando em quando, me sinto mesmo um “peixe fora d’água”.

                                 Estou nesta profissão há mais de 20 anos, com atuação exclusiva na área do Direito de Família e, nesse tempo, passei por duas grandes crises, em razão das quais não queria mais advogar.

                                  Sou uma pessoa que precisa estar empolgada e alinhada profundamente com o que faço. Nos bancos da Universidade, como acontece com todos os advogados, fui treinada para combater, para ganhar processos. Mas eu tinha um limite interno rígido e muito claro: eu só poderia ganhar se concordasse com o ganho a ser obtido. E foi esse paradoxo que desencadeou as crises. (Desordem.)

                                   A primeira crise ocorreu por volta do ano de 2009 e só foi superada quando conheci e estudei Comunicação Não-Violenta, com Dominic Barter. Luz no fim do túnel. Eu havia encontrado uma maneira de prosseguir e ser feliz na profissão. Logo após veio a Mediação e um novo desafio: colocar na mesma pessoa, eu, a mediadora junto com a advogada.

                                   Porém, com o passar dos anos, processos muito litigiosos, clientes que não queriam o diálogo, muito menos a mediação, vendo perdas homéricas de todos os lados, principalmente dos filhos, diante de um Judiciário complacente, abarrotado de feitos e mal aparelhado, a angústia só fez aumentar.

                                  Minha segunda grande crise acabava de se instalar.

                                  Conheci as Constelações Familiares por volta de 2005, com a psicóloga Del Mar Franco, num Congresso Médico-Espírita, realizado na Universidade de Caxias do Sul. Na época, fiquei bastante impressionada com a técnica e o alcance desta abordagem terapêutica.

                                  Muitos anos depois, em uma palestra na mesma universidade, conheci o trabalho da Juíza Lisandra Passos, da Comarca de Capão da Canoa/RS, que utilizava as Constelações Familiares nos conflitos judiciais. Em seguida, veio o convite do CELPI – Centro de Estudos das Lealdades Parentais Invisíveis, da Consteladora, Pedagoga e Terapeuta Familiar Maria Justina Mottin Nunes, para cursar a formação básica em constelações familiares, em parceria com a Universidade de Caxias do Sul.

                                  Mas ainda não era a hora.

                                  Embora eu não estivesse feliz com o meu trabalho, não pretendia deixar de ser advogada e virar terapeuta. Todavia, numa determinada ocasião, navegando na internet, deparei-me com um vídeo de um advogado-constelador, que só trabalhava constelando processos para outros advogados.Veio-me aquele estalo criador, um “click”, e percebi que a hora havia chegado.

                                  No mencionado vídeo, vi algo que fez todo o sentido para mim: uma forma eficaz de ser advogada. Havia um outro modo de encaminhamento para os conflitos familiares que chegavam ao nosso escritório.

                                   Logo procurei a Maria Justina, e coloquei-lhe o meu interesse. De pronto, ela me informou que estava iniciando uma nova turma de formação básica em Constelações Familiares, já o segundo curso oferecido pela UCS/CELPI, e que eu seria muito bem-vinda.

                                   Então, em outubro de 2017, iniciei a formação básica. Logo em seguida, em março/2018, uma nova oportunidade. O “Aprofundamento em Direito Sistêmico Aplicado à Advocacia”, também pela Universidade de Caxias do Sul, curso esse coordenado por Maria Justina, e ministrado pelas advogadas sistêmicas  Bianca Pizzatto Carvalho e Fabiana Quezada, e pela coaching sistêmica Marcella Santos

                                    E, finalmente, em julho/2018, um novo curso de aprofundamento na advocacia sistêmica, também coordenado por Maria Justina e ministrado por Bianca, mostrou-me que este era o caminho que eu queria trilhar

                                  Agora entendo o motivo de tantas borboletas ligadas aos anúncios de Constelações Familiares: é realmente transformador

                                    A abordagem profissional do advogado sistêmico une a advocacia às constelações, mas não de forma terapêutica, pois não é esse o seu objetivo. A utilização das leis sistêmicas do pertencimento, hierarquia e equilíbrio, favorecem muito bem os encaminhamentos das questões conflitivas, em especial na área de família, que é o meu foco. Mas não exclusivamente aí, pois muitas outras áreas do direito podem se beneficiar da abordagem sistêmica

                                    O que importa destacar, atualmente, é que hoje eu sinto que o céu é o limite. Nesta senda, tudo poderá acontecer. Posso continuar advogando de maneira sistêmica, ou até posso ir além disso. Sei que ainda tenho coisas a fazer na condição de advogada, mas não pretendo parar por aí. Vamos acompanhar o fluxo do “Cardume”, e ver até onde vai nadar essa “peixa” aqui.